Para acalmar minh'alma
Hoje eu não escreverei um belo verso
Porque existe um vampiro atrás do poste
Abraçando uma vampira sorridente
Espreitando o sangue de inocentes
E existem casais hipócritas
Confabulando nas esquinas
Destruindo raras amizades:
Línguas em bocas assassinas!
Preciso vigiar os velhos, retocados
Que possuem lâminas finas
E escondem venenos antigos
Na concavidade dos dentes
E velhas, reluzentes
Vestidas sem caráter para a festa
Usando máscaras absurdas
De modos sorridentes
Todos bailam no salão oblíquo
A valsa, do casal de infanticidas.
A indiferença nossa de cada dia
É como ave de rotina
Os bêbados com os seus automóveis
Estão saqueando as madrugadas
Roubando os sonhos da menina moça
Que só queria casar
Há foco de ratos no bueiro
E o mau cheiro dos humanos
É a bosta que está represando
Para inundar a cidade inteira
A noite longa e tenebrosa
Não permitirá um ceu de anil
Vai de encontro ao frio dia
Adornada de melancolia
Eu tenho uma solidão interminável
Que é testemunha do meu peito
A nossa solidão unificada
Quem sabe, de mãos dadas desse um jeito?
Hoje, de bom grado eu trocaria
Minha pena, por dois punhais.
Eu preciso de sangue vampirizado,
Para acalmar minh'alma!!!