Poesias de Bolso 83 ( Necrológio )
Escrevo com o sangue
Das minhas batalhas perdidas
Sim, fui de mim mesmo
O comandante louco e suicida
À frente de um exército
Coberto de cinzas e covardias
A luz tardia da manhã coagulada
Era sempre o dia de ontem
Nunca o amanhã e suas promessas
O que existe na hora
Do que agora está por vir
É o porvir da alma despedaçada
Talvez a marca do corpo mutilado
E atirado aí
Para a indiferença do tempo.