A VOLTA DA AMADA
Enfiou os dedos no pixaim
E quando olhou para mim
Seus olhos orvalharam-se.
Ofereci-lhe, então, um lenço.
Secou as lágrimas, gestos tensos,
Aos pouco, desanuviaram-se.
Perguntei-lhe por que voltou.
Respirou forte e soluçou,
Mas continuou sem falar,
Braços hirtos, pendidos,
Olhos no horizonte, perdidos,
Seu objetivo era se calar.
Então a abracei delicadamente
E no seu ouvido decididamente
Disse que a amava de verdade,
Pois o tempo de separação
Não afetou em nada o coração,
Que batia forte de felicidade.
Ela se foi, mas sabia que voltava;
Então fiquei, porque a esperava.
Reencontro com a mulher desejada,
Com quem pretendia reatar o namoro
É muito bom, com sorriso ou choro,
O que importa é a volta da amada.