SAUDADES SUFOCANTES
Quantas saudades, meu Deus!
Quanta vontade de ouvi-lo!
Quantos gritos se perdem no ar!
Quanto querer arraigado!
E que quentura louca no meu corpo!
Aliviai-me, ó Deus de bondade!
Fortificai minha essência espiritual,
nesta corrida acelerada do sentir forte,
que tanto machuca o meu frágil corpo,
e que às vezes o eleva tão alto,
e que por pouco não o estoura!
Acalentai-me, ó infinito!
na vossa realidade, tão pura,
que me faz viver e morrer também.
E meus gritos chegam lá?
Ou, porventura, não chegam?
E, se não, aqui estou!
E a essência mais profunda?
Queda-se a vagar por todos os lados
e o traz para junto de mim.
Teresina, 14 de junho de 1982.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 46.)
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