BALADA ÍNTIMA
Inteira,
a namorada espera
pelo mais definitivo dos beijos.
A claridade dos teus olhos,
confusa com a minha claridade de enamorado,
mistura-se num frenesi de roupas ao ar, sem cabides,
enquanto hálitos excitam línguas
- suaves, mornas, molhadas -
prontas para o acasalamento das bocas.
Beijo!
Inteira,
a namorada espera
o mais definitivo dos afagos.
A curiosidade dos teus seios,
maduros, amante da suavidade do homem
a tornar-se mais bicho a cada peça que cai, findo o pano,
desse corpo que tanto interessa
ao passeio das mãos
- involuntárias à procura -
por corpos, até então, jamais encontrados.
Abraço!
Inteira,
a namorada espera
pela entrega mais definitiva.
E empolgo-me tão silenciosamente
nesse ruidoso barulho do silêncio,
que nem percebo as coxas entrançadas,
os suores escorrendo sem ter limites,
nem a suavidade dos movimentos.
Encontro!
Inteiro,
corpo saboreando corpo,
alma sentindo alma a gosto,
na perplexidade do amor perfeito
gasto-me, sem calar emoções inteiras.
Ah, homens de pouca intimidade,
se entreguem aos beijos, aos abraços,
mesmo que não haja maturidade para assumir
o corpo da mulher mais íntima: a inteira consumada!