Qual?

Qual?

Vago querer

Quererei eu

Querer

Quero a poesia

Que não vaguei

No agora

Por minha mente

Semente

Semeada

Não fecundada

O que penso

Não é poesia

Não é nada

São palavras

Escorregando

Pela página

Preenchendo

Vazios, formando

Trilhas escritas

Com letras negras

Manchando a brancura

Ilusória do papel eletrônico

Surgido de um tubo de imagem

Uivos dementes

Que afloram

Do meu inconsciente

Para o consciente

Não muito bem

Regulado

Erro de fabricação

Alguém

Tem

Que ser culpado

Mas não há culpado

Faltam neurônios talvez

Voltando ao poema

Que não é poema

A crônica que não é crônica

Versos livres, também não.

Em qual nicho situar

A miscelânea que digito

Mas porque preciso

De um rotulo

Não me rotular

Apenas escrever

Da forma que seja prazeroso

Porque não?

Claro que sim

Então porque sim?

Pode o poeta tudo?

É o senhor de suas idéias?

Ele as cria e as digita?

Posso criar

Posso apagar

Enquanto deixarem-me

Postar postarei.

Quando meus escritos

Não mais quiserem

Talvez

Um e-mail receba

É estranho e solitário

O ato de escrever

Só ficamos sabendo

Se aceitaram ou não

Depois de publicado

E nem ficamos sabendo

Onde o texto foi parar

Quem os leu, gostou.

Ou não, odiou e deletou.

Arquivou, mas, que importa.

Claro que importa

Porque escrevo então

Essa necessidade de imprimir

Pensamentos, palavras.

Frases escritas

Qual o sentido maior

De ser poeta

Senão o de emocionar

Com palavras

E com palavras

Prender sua atenção

Obrigado pela atenção

Com que leu minhas palavras

Do fundo do coração

Obrigado!

ABittar

poetadosgrilos