LISES

LISES

Sandra Ravanini

Emboscar a noite em fria reticência

bradando ao sereno o arbítrio livrado,

e o riso ameno colhendo a existência

muito antes de acordarem os pecados.

Rever os campos das mais belas lises

seivando os relvedos de umidade,

concebendo as sementes quais atrizes

inspirando as fugas à liberdade.

Brotarão, então, as manhãs tão mansas

naqueles chãos, princípio da andança

onde os cantos ecoavam reticentes.

E beberei da noite e das nascentes

a complexão, esperando a calmaria

semear o campo da herança e da eutimia.

16/04/2008