POR QUÊ
Por onde andas?
Por que te negas?
Quem és afinal?
O teu definível é remoto, bem sei
porém, os teus fluidos são reais
tão reais como os meus sentimentos
e como a minha radical mudança
mudança ainda não a ideal
mas capaz de reconhecer o teu existir
teu existir que complementa o meu
firmando-me os pés no chão
tornando-me a mente elástica
e o meu voar mais alto
sem receio do cair fúnebre.
No entanto, quedo-me a te querer sempre
mas como, meu Deus?
Se não estou tendo nem a mim mesma?
Teresina, 20 de junho de 1982.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 44.)
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