JARDINEIRA
No jardim da minha vida
um vento deixou-te semente.
E(n)terra-coração, dei-te guarida
e brotaste, logo, alvorecente.
Vi brotarem teus raminhos
tuas primas folhas e flores...
Livrei-te dos bicos - passarinhos,
dos males - insetos predadores...
Muitas vezes, os galhos te podei
por nascerem tortos ou frágeis...
Nunca, à própria sorte te deixei:
criei amarras - laços inquebráveis.
Em troca, cresceste belo e forte.
Amparado por meus zelos,
achaste teu prumo e teu norte.
Jardineira, ainda me acho em desvelos:
tuas mudas estão por todo canto...
E eu... eu te rego com o meu pranto!
Lina Meirelles
Rio, 18.04.08