PIRÃO DESANDADO
Deitado ao meu lado
Põe teu braço sobre mim
Faz-me extensão de teu próprio corpo
Não me deixa escapar
Se eu fujo é para não encarar o teu não
Saber que não estou
No rol de possíveis amadas
Mas me queres mesmo
Longe de ti
Distante como sempre fui
Perto não sou nada
Perto perdi a chance de ouvir teu sim
E como foi que o pirão desandou?
Numa conversa sobre ética e leis
Tornei-me vil
Num papo de botequim
Fui consumida pelo egoísmo
Quem realmente me conheceu
Jamais dir-me-ia
Qualidade infame
Mas infame fui
Para o mito que amei
Que vil e egoísta me fez
Para o homem que por ele abandonei.
E se quer saber
Seria vil e egoísta outra vez.
5.Jan.MMVI