A VAMPIRA
Ela estava sempre ali,
tentando controlar seus instintos
como se fosse uma vampira
prestes a me atacar.
Por vezes, de leve,
me roçava os dentes
deixando marcas
em minha pele
e nessa sutilidade
já ia levando um pouco
do meu sangue,
dos meus desejos,
das minhas palavras,
dos meus pensamentos,
da minha força...
Ela sumia e reaparecia
faminta e com seus olhos
iluminando tudo,
fingia respirar o ar
da minha boca
mas mergulhava
na minha alma
e sugava tudo
que podia,
e eu inconsequente,
mesmo percebendo
que tudo parecia
não ter volta,
fui deixando
o calor me abandonar...
O coração
já aprendeu
a canção do pulsar
e a vida não me deixa,
mesmo quando já não
tenho nada a oferecer.