Concerto da meia-noite
Não imagino um mundo
Como o que crio em meus pensamentos abstratos,
Largados na loucura
Do inexistente...
Fico feliz...contente
Com a ilusão ardente
de poder ser Deus,
E fazer de mim,uma criatura sem face
Um imperador de castelos de poeira.
Reconstruindo com as cinzas
Das minhas idéias riscadas
Muralhas,para que meus medos jamais entrem,
E lá ficarei atrás da porta
Vendo pelo vão entre ela e a parede
Se do outro lado não estou.
Pois a loucura que consome minha mente
Me faz acreditar
Na mentira que inventei,
Que para quê ter asas?se olhos tenho
Se silênciam meus lábios...as palavras
Se minhas idéias morrem sem ter nascido,
Se nem acredito na minha própria sombra,
Pois acho que é alguém me seguindo.
ou quem sabe tentando roubar as poucas certezas que tenho
que não são nem tão certas assim.
Insanidade ou normalidade excessiva reinam dentro de mim.
Acabou o vinho,acendo outro cigarro...
E tiro conclusões preciptadas
Desse ser sem farda
que nem a face parece o pertencer.