MEMÓRIAS DA VIDA

Autoria de Regilene Rodrigues Neves

A vida

Em suas memórias

Passa por caminhos estreitos e largos...

O presente e o passado

Intercalam-se numa conspiração do futuro...

Anseios escoam em buscas insaciáveis de sentimentos...

O amor resvala sempre nas portas da alma

Abrindo sonhos da janela íntima do coração...

O ar da felicidade

Respira ao fundo

Inspirando entre estações...

Primaveras são colhidas entre flores e espinhos

Exalando essências imperceptíveis,

Mas sempre perfumando cada amanhecer

Na certeza de uma passagem de aprendizados

Abraçados de fé e esperança...

A velocidade do tempo

Constrói e destrói estradas

Erguidas da alma

O corpo em seus desejos

Alimenta-se de amores efêmeros,

Para extrair uma conquista verdadeira

Que seja eterna enquanto dure...

Castelos de sonhos preenchem o vazio

De uma solidão cada vez maior

Pelo grito de sobrevivência

Que paira sobre a vida.

Como transeuntes passamos lado a lado

Sem percebermos a face do desconhecido

Que nos olha em sua ânsia de um carinho...

A corrida do tempo passa sem percebermos nós mesma

O corpo não corresponde às emoções que sentimos

E o cansaço da vida adoece o espírito

Em insensibilidades um do outro.

Nossas memórias não se lembram mais

Do último amor confesso numa palavra: Eu te amo!

Nem lembra o abraço inesperado

Que surpreendeu o dia e o tornou

Uma manhã de alegria...

A distância entre nós

Cava um túnel que impede

De entrar a luz do amor

E cada vez mais as sombras da solidão

Amparam-nos numa sensação dos medos

Impedirem uma saída da desilusão...

Tememos estar dominados pela maldição

De um lapso da memória

Que se esquece do amor ao próximo

E mata o próprio semelhante!

Em 16 de abril de 2008