O QUE RESTOU DE TI

Caneta entre os dedos,

Tento escrever.

No papel imaculado,

A estampa do teu rosto.

Nada consigo redigir.

Nada vêm-me à mente.

O peito em ânsia,

O cérebro em desconexo,

Eu aguardo aflita.

O teu sorriso

Pára extasiado.

Quero retê-lo assim.

As mãos em brasa,

Andejas, buliçosas,

Sentem-se trêmulas

Desde o último afago.

O pelo macio,

O cheiro másculo,

O rosto trigueiro,

O olhar travesso

A passear por minhas curvas,

Ainda habitam em mim.

Preciso escrever,

Materializar o que restou de ti.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 14/04/2008
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