O QUE RESTOU DE TI
Caneta entre os dedos,
Tento escrever.
No papel imaculado,
A estampa do teu rosto.
Nada consigo redigir.
Nada vêm-me à mente.
O peito em ânsia,
O cérebro em desconexo,
Eu aguardo aflita.
O teu sorriso
Pára extasiado.
Quero retê-lo assim.
As mãos em brasa,
Andejas, buliçosas,
Sentem-se trêmulas
Desde o último afago.
O pelo macio,
O cheiro másculo,
O rosto trigueiro,
O olhar travesso
A passear por minhas curvas,
Ainda habitam em mim.
Preciso escrever,
Materializar o que restou de ti.