Menino-poeta
Brinca menino-poeta, brinca com alegria
Porque depois de toda a folia
E, quem sabe, até da putaria.
Nada há de restar de tua fantasia.
Brinca menino-poeta, brinca com alegria
Mas veja que tua utopia, foi utopia de todos
Todos que ousaram profetizar com maestria
Na simples poesia errante dos descamisados.
Brinca menino-poeta, brinca com alegria
Porque os dias, os meses e anos passarão
E há de ser saudoso da singeleza que vivia
Mas tais dias, nem por magia, retornarão.
Brinca menino-poeta, brinca com alegria
Pois a vida só agora te será graciosa e bela
No mais te será rude, severa, sem assepsia:
O menino-poeta não mais brincará com ela.