SE EU FOSSE O SOL
Se eu fosse o sol,
queimaria não só as impurezas existentes
como queimaria os sentimentos profanos das criaturas.
Não aceitaria que os maus matassem as suas vítimas.
Não aceitaria que os patrões maltratassem os seus empregados
e nem que os empregados faltassem com o seu dever.
Se eu fosse o sol,
ofuscaria o olhar dos maus.
Não deixaria que eles apagassem o olhar dos bons
e não permitiria a multiplicação dos maus.
Se eu fosse o sol,
varreria da face da Terra os sádicos
ainda seria piedosíssimo com eles
levava-os para bem próximo do calor máximo
e, se não se tostassem, se purificariam.
Ó sol,
faze como a vela dos filtros
deixa, apenas, o limpo mais limpo e cristalino.
Ó sol
lança os teus raios sobre todos nós
com intensidade profundíssima como tu és
não permitindo a propagação do mal.
Solve, ó sol,
a essência mais bendita
e que ela se propague, eternamente,
conservando o sossego dos que são de paz
Transforma, pois, beneficamente,
os contrários desta paz!
Teresina, 07 de agosto de 1981.
(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 28.)
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