Sedimentos
Sonhos aprisionados em garrafa
Sonhos aprisionados em garrafa
São velas em incompletude e degelo.
Refém do olhar o resgate é a pressa
Do retorno em mudo apelo.
Em sombras numinosas pago o preço
De perdas e de abraços macios.
Em brumas escondo-me do medo,
O barco na linha se sobrepõe ao adeus.
Odor de pinho, caules eternos,
Na aquarela em corredeira azul
Sobrevivo à noite de carinhos gélidos,
Para aquecer o sonho quando vier o Sol.
Com alma dolente e dedos buliçosos,
Olhando um céu grafitado e branco,
Profano meus versos tortos.
Sou tela cinza e toda sedimento.
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Imagem: dabocaprafora.blogspot.com
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