REFLEXOS...

(Hoje navego...)

Às vezes o meu rio é só ouro,

Fluindo, líquido, fluente.

Dádiva de valioso tesouro,

A meus pés, afago em torrente.

Às vezes o meu rio é chumbo baço,

Pesado, pardo, parado.

Fardo de oneroso cansaço,

Sombra dum sonho amordaçado...

Às vezes o meu rio é cristalino,

Nele miro risos transparentes,

Outras ele é reflexo opalino

Das lágrimas que eu lavo na corrente...