OLHANDO PARA DENTRO DE MIM

Volvo os olhos para bem alto

e vejo a imensidão do infinito

Por que não desfrutá-lo, sempre e sempre?

Ao deixar-me prender por coisas incertas?

Por que meus olhos se desviam?

Se tenho tanto onde buscar

que me tornaria divina

na serenidade que me escapa

fundindo-me, parcialmente, o ser.

Volvo os olhos e sinto

a imensidão da terra

tão pequenina e analiso

a reflexão que tudo me diz.

A verdade é que o turbilhão das coisas me

inquieta e me desvia, me

desvirtualiza e me rouba a paz

por não ter o necessário

o mais fundamental!

Penso e às vezes faço

como se fosse uma mendiga!

Senhor, por que tão distante me sinto?

Se tão perto tenho a mim mesma?

Teresina, 23 de abril de 1979.

(Do livro "Arquitetura do Ser", Teresina, 1986, página 25.)

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 12/04/2008
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T942014
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