OLHANDO PARA DENTRO DE MIM
Volvo os olhos para bem alto
e vejo a imensidão do infinito
Por que não desfrutá-lo, sempre e sempre?
Ao deixar-me prender por coisas incertas?
Por que meus olhos se desviam?
Se tenho tanto onde buscar
que me tornaria divina
na serenidade que me escapa
fundindo-me, parcialmente, o ser.
Volvo os olhos e sinto
a imensidão da terra
tão pequenina e analiso
a reflexão que tudo me diz.
A verdade é que o turbilhão das coisas me
inquieta e me desvia, me
desvirtualiza e me rouba a paz
por não ter o necessário
o mais fundamental!
Penso e às vezes faço
como se fosse uma mendiga!
Senhor, por que tão distante me sinto?
Se tão perto tenho a mim mesma?
Teresina, 23 de abril de 1979.
(Do livro "Arquitetura do Ser", Teresina, 1986, página 25.)
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