De todo o amor que já senti
Decerto já apagaste
de teu celular, minhas mensagens.
Dos espelhos de tua casa,
as declarações de amor
escritas a batom.
Das paredes de teu quarto,
minha imagem refletida.
Decerto já desfizeste
as camas onde nos amamos.
Os contratos, que em êxtase,
lavramos.
Creio que rasgaste
as muitas cartas escritas,
as roupas em comum,
os lençóis amassados,
as fronhas amarfanhadas.
Não sinto rancor
nem ódio
nem pena.
Sinto, estanque,
um cansaço na alma.
Desligo os motores e
tenho ganas de me
sentar,
deitar
e bem de-va-gar...
Respirar.