Nada Comum

Violoncelos tocam.

Um quarteto inteiro de cordas.

Sobre uma paisagem sombria e decadente.

Ela esta lá, cercada por folhagens, que são espalhadas pelo vento.

Comungando uma dança, anônima, caótica. Linda.

Seus cabelos são carregados também pelo vento.

Enquanto ela corre em direção oposta.

Tudo parece estar perfeito e alinhado.

Uma cena que merecia ser retratada em uma pintura

No entanto.

É apenas um sonho.

Um sonho narrado por uma voz grave e melancólica.

Sobre um amor que não pode acontecer.

Dois corações que não podem estar juntos.

São tocados pelo mesmo luar.

Decadente, sombrio, frio, nostálgico.

Quisera eu poder sonhar.

Quisera eu ser artista.

Minhas obras seriam felizes.

Casais felizes em suas felizes casas celebrando suas felizes vidas.

Tudo perfeito.

Mas não sou artista. Não sei brincar com palavras.

Meu sonho é ridiculamente doente.

Meu sonho é negro como o passado consegue ser.

Como um filtro meus sonhos apenas absorvem o negro e o vermelho.

O cinza e o nublado.

Não sou ninguém. Não sou artista. Não mereço perdão. Não mereço carregar teu nome.

Mas os violoncelos ainda tocam.

Ainda existe uma mulher.

Existe uma musica.

Existe um luar.

Mas eu nunca consigo o alcançar.

Este é o meu pesadelo.

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