Imobiliário!

Tanto fizeram para chutar os blocos dos outros,

Que sentaram firme no próprio tijolo,

Culpam todo mundo pela própria insolvência,

Castigam a lama que assentam suas tábuas,

Tabuada completa tirando milho da praça,

No charque da chuva ácida que satélite explode,

Roça o dedo que coça para mais uma fábrica,

Qual das armas dispunham para a próxima venda,

Soca os mais pobres para novos lodos atrelados,

Farelo da prepotência com a iconoclastia cega,

Prédios que explodem para explorar até o Haden,

Buraco na montanha para guardar alguns grãos,

Nave sofredora com a oferenda malograda,

Desalinha a roda do tempo com a rosa, ventos,

Míngua de água que saliva a língua tão gasta,

Tanto fizeram chutando os blocos dos outros,

Que esqueceram a vaselina ao sentar no próprio,

Tijolo que mal sustenta as tábuas sem solo,

Sinfonia brusca que a inconveniência espanta,

Vão comer torpedos até cariar os dentes,

Roletes de metal mal-passados, whisky fraco,

Quem sabe, algumas batatas!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 08/04/2008
Reeditado em 30/10/2008
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