Não há nada mais livre que o poema...
Como um rio que corre mansamente
Para, lá na frente, em cachoeira,
Despencar-se, espumante e fremente,
Assim também me transformo, sem que queira:
Sou alma que quase sempre flui calmamente
Para, de súbito, traído pela emoção traiçoeira
Por te amar, encachoeirar-se tremente...
Eu te busco em toda parte
Numa estrada de um solitário versejar!
Ah! Sei que tenho tão pouco para dar-te...
Mas, te faço versos e para ti refaço o caminhar!
Tal amor, talvez perdido, me inspira a sutil arte
De traduzir em versos esta paixão. E não me podes censurar,
Pois o poema é livre, e no poema eu posso amar-te!