Semi-pai
Ser meio-pai é quase
como ser padrasto
sem papel passado
e sem papel futuro.
É não ver o parto
nem ouvir de perto
o choro inédito
sem sotaque de seu.
É não ser a cara
nem o coroa
do rebento
e, no entanto,
sentir-se quase parente
pelo amor latente
à mulher comum.
Ser semi-pai
é esperar sem padecer,
existir sem aparecer
no álbum de família
além do verso
de alguma fotografia.