SONETO DAS ÁGUAS

Sem aviso, o céu se dividiu!

E com o ribombar de um trovão,

A tempestade caiu,

Transformando em água, cada pingo no chão.

A inundação que se viu,

A enxurrada partiu formando o aluvião

Tudo à sua frente sumiu,

Iluminada por raios, num enorme clarão

Assim também dividido anda,

O meu pobre coração,

Levado pelas águas da triste desilusão.

Na lágrima que se desanda,

Molhando as mágoas em profusão,

Partido e despedaçado por quem nele manda.

L U C I A N O

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