ESTRANHO PRA MIM...

Eu era contraste e não sabia

Eu era um sonho que não existia

Eu era suor na ventania

Eu nem sempre conseguia me achar em sua companhia...

Eu era o sol, mais sem brilho constante

Eu conseguia ver meu futuro num só instante

Eu era apenas mais um ser errante

Numa aventura alucinante...

Construí realidades inexistentes

E fiz das verdades meu presente

Eu era tão impaciente...

Conseguia sentir o perigo pulsar

E me vinha o medo de nunca chegar a algum lugar...

Às vezes ajo por instinto

Às vezes eu minto o que sinto

Às vezes gosto de me perder

Às vezes eu só consigo querer

Penso....

Se o amor fosse tão bom, não deveria andar de mãos dadas com as lágrimas...

É que às vezes esqueço que elas também rolam diante de uma felicidade intensa...

Eu era o tempo sem ter segundos

Eu era os sonhos em meu mundo

Eu era uma viagem sem chegada

Um vulto sem estrada

Eu já tive várias jornadas

Cansei de acordar louca embriagada...

Já roubei coisas que podia comprar

Já pedi beijos que não queria dar

Já naveguei sem remar

Querendo você ou não

Eu já tive um coração

E vivi minha ilusão

Sem nunca desejar o meu perdão

Porque eu adorava viver no pecado

Sempre que tinha você ao meu lado...

Serei o sempre perdido no nunca

Serei a segurança sem proteção

Serei meu corpo sem a sua mão

Serei aquela vaga emoção...

Aprendi que viver é uma virtude...

E passei a maior parte da vida existindo!

Aprendi a ser inconseqüente

A não desejar ir em frente

Às vezes acho que sou diferente...

Minha mente ama

Meu coração pensa

Sentido contrário...

É o meu diário...

Já me queimei na chuva

Já me cortei no fogo

Eu decido o meu jogo

Nunca tive sono profundo...

Eu já estive no fim do mundo

Nunca houve sentido no que eu disse

Mas nunca quis que você me aplaudisse!

Fraquezas, nenhuma...

Eu sempre me fiz forte

Acho que sou nascida dos gelos do Pólo Norte!

Eu era a criatura que você detestava

Eu era uma moldura que nunca foi pintada

Eu era a loucura em forma humana

Ainda assim, você jurou me amar

Sem lembrar que eu odeio me enganar

Já me caricaturei olhando pra você

A verdade é que eu nunca quis te merecer

E ainda assim insisti em invadir seu país

Eu já quis ser uma meretriz

Afinal eu nunca tive raiz

E sempre amei viver por um triz...

E é assim que sei...

E é assim que sou...

Só me pergunto:

Ora, se não esperamos chover para beber água...

Por que esperar um amor para então ser feliz?

Eu faço minha lei

Eu não sigo rotina

Eu sou o ego da minha sina...

Eu sou uma estranha pra mim!