O DESPERTAR DA AMORA
Tem um instante
em que a vida e o mundo
que a encarrega de mantê-lo
meio que flutuam,
numa lentidão espetacular:
quando todo mundo vê
o brilho espalhar-se
dos seus dedos nervosos
e fazer tudo parar.
É assim todo dia,
quando um silêncio imaculado
invade os vácuos
que existem entre os seres
numa fração impossível de tempo.
E lá fui eu
poluir esse silêncio.
E lá fui eu
invadir de ruídos
o seu silêncio.
Só porque
eu quis
saber seu nome.