F A N T A S I A S
F A N T A S I A S
Ao acordar tive a perfeita lembrança do sonho que tive.
Neste sonho, encontrava-me contigo ao acaso.
E para minha surpresa, conduzia-me pela mão até à porta
De tua casa, e para felicidade maior, permitia-me penetrar
Desde o vestíbulo, passando por salas, quartos, corredores
E finalmente a cozinha. Mais feliz eu fiquei, quando ainda,
Pela mão, levaste-me até o teu quintal, onde provei doces
Frutos que pendiam das árvores de teu pomar.
Voltamos à entrada da casa e não mandaste-me embora.
Fomos juntos andando pela rua em que moravas,
Percorrendo todos os limites do bairro que vivias.
Ainda de mãos dadas, levemente beijei-te à face,
Despedindo-me de todo encantamento
Que tua presença me causava.
Não sei se ainda dormia, enquanto tua imagem sumia
Dos meus olhos, numa alva nuvem em que partias.
Horas depois, bem lúcido, meu sonho decifraria.
Teu corpo era a tua casa, que oniricamente percorreria.
Teus beijos eram os doces frutos que minha boca sentia.
A rua, o bairro... Caminhos que aprendidos a voltar me faria.
Abro a janela, e cega-me o clarão do dia.
Queima-me o corpo, pela alma se irradia.
Quero-te viva em minha cama, não mais em fantasia.
L U C I A N O
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