Parindo estranhezas

Cada um monta sua palavra

Juntando letras

Silabas.

E faz sua frase

Seu verso

Quiçá um poema

E assim se comunica com o mundo.

Destrava seu dique

Esparrama suas águas

Mata sua mágoas.

Exime-se assim de usar outras armas

De viver mudo

De aquietar-se diante de tudo que vê em erro

De viver no medo

Pois a palavra agrada se gentil

Ferre se faca

Trai se falsa.

Cada um assim monta sua farsa

Ou faz seu enredo

Traduz o mundo com sua língua

Com sua mão

Diz o que o coração sente

Ou o que a mente trama

Drama e ou comédia

Poema

Uma fórmula sem bula

Uma receita sem medidas exatas

Um dilema

Uma coisa bela

Que se difere da prosa e da conversa de botequim

Mas enfim

Palavras montadas em versos

E como todas as demais

Uma outra tentativas de tradução

Um jeito diversos de extrair pérolas

Descobrir secretos

E parir estranhezas.