NA ESCADA.
Ela descia a escada.
Ele subia.
De cima,
Ela via os seus olhos.
De baixo,
Suas pernas ele via.
Um descendo;
O outro subindo.
O ruído sensual
Do roçar de suas meias,
Do salto 15
Do seu sapato fino.
Eriçou o moço.
Ela o sentia assim.
Ele subia e "subia";
Ela descia e transpirava mais.
Chegaram ao ponto.
No degrau exato
Pra troca de olhar.
Escada estreita,
Um toque de corpos
Sem fluidos à mostra, mas jorrando em si mesmos.
Uma troca de perfumes se fêz.
Pra ele o seu Chanel;
Pra ela o seu perfume, um mesclado amadeirado, másculo.
Ele olhou pra trás,
Ela não viu.
Ela olhou depois,
Ele não sentiu.
Quem sabe... uma outra vez
Na escada...