NA ESCADA.

Ela descia a escada.

Ele subia.

De cima,

Ela via os seus olhos.

De baixo,

Suas pernas ele via.

Um descendo;

O outro subindo.

O ruído sensual

Do roçar de suas meias,

Do salto 15

Do seu sapato fino.

Eriçou o moço.

Ela o sentia assim.

Ele subia e "subia";

Ela descia e transpirava mais.

Chegaram ao ponto.

No degrau exato

Pra troca de olhar.

Escada estreita,

Um toque de corpos

Sem fluidos à mostra, mas jorrando em si mesmos.

Uma troca de perfumes se fêz.

Pra ele o seu Chanel;

Pra ela o seu perfume, um mesclado amadeirado, másculo.

Ele olhou pra trás,

Ela não viu.

Ela olhou depois,

Ele não sentiu.

Quem sabe... uma outra vez

Na escada...

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 01/01/2006
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