PRECE
Em nome da sanidade
e por amor ao amor
peço uma trégua de esquecimento
que eu saia da rua sem saída
que os becos e buracos se abram
os muros caiam sem disfarces
Em nome do sagrado
mas com o centro cheio de profano
te peço a liberação da carne
que o sentimento fique no espírito
mas que as almas ainda se entendam
Em nome do nada que pode ser tudo
que venha o amálgama
uma floresta com cheiro de eucalipto
o circunstancial no que está escrito
Em nome do que está predestinado
sem nenhum escape
do que é consorte
com ou sem sorte
da clareza ainda nublada
que eu saiba sair dessa prece indolor
amém ao amor