O Vinho...

Sangrem vinhas meu destino,

a dor que trago no peito…

O vinho ... meu desatino,

dela não estar no meu leito.

Choro vinhas desespero,

porque seu corpo preciso;

Dai-me o vinho que eu quero,

triste homem ... somente isso.

Copo de vinho que é nobre,

já feito … para eu esquecer;

Este coração, que é pobre,

pois nem merece viver…

Vinhas danadas ... que é vida,

escorrem poemas na mão…

A mulher minha querida

... nunca será ilusão.

Chamo então louco no vento,

já ébrio cambaleando…

Quero acabar com o tormento,

de apenas ficar sonhando.

Esse róseo corpo teu,

doce leite dos teus seios…

Os lábios que Deus te deu,

a ternura dos teus meios.

Dane-se vinha malvada,

preciso estar a teu lado…

Quero-te por mim beijada,

ó mulher ... que és o meu fado.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 31/12/2005
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