Pedido de Desculpas

Levado pelo vento

do destino,

sem destino,

no mar

maravilhoso

do balanço da vida,

ao descortino

de bela praia,

horizonte tão formoso

— todo conchas de mistério,

areia tão branca e tão pura —

não pude resistir!

Saltei

de meu barco

( Navegante Comportado )

e nadei

e dancei

braçadas soltas,

solto nos braços do teu mar.

Em teu corpo,

em tua praia,

mergulhei meus dedos,

minha vontade.

Quase morto

de prazer,

afoguei meus medos

na liberdade!

De repente

num raio quente

soa o trovão,

lavas do vulcão

dizendo não,

Não,

NÃO!

Do céu

do chão

um não

sem véu.

Reprovação!

Expulso do sonho,

acordado em teus limites,

eis-me levado a pulso firme de teu solo,

visto negado à terra firme do teu colo.

Ganho o mar remoto novamente,

perco a mente em maremoto

de aflições.

Balança meu barco

na vergonha revolta,

incontrolado, inseguro

e não encontro lado seguro

aonde possa ancorar.

Penso na volta,

penso na volta,

penso num meio

de como voltar.

Penso na vida,

penso na volta,

peço desculpas,

querida,

só quero voltar!