Fogo trigueiro
Na viagem sem noite em floresta de abetos,
Alvos dispersos de tantos açoites e palavras,
Lanço mão de amante lírico e luz de festim.
Encarnada de alívio por estar contigo assim.
De Elias vejo o carro de fogo ao céu subir,
Sem provar de milícia ou o verso escandir
Só quero a douração do trigo, a madrugada
E o bando ascendente em celeste revoada.
Orvalho de manhãs gozozas de puro feitiço,
Amor de onze-horas ou jardim de amaranto,*
Sofreguidão nascente ou final de aconchego.
Tomar dois sentidos: de chegada e de morte.
Ficar em tua cama ou desfazer-me da corte
Para escalar nova história de letras tão fortes.
*Amaranto (popular “crista de galo”): flor que não murcha,
sendo considerada símbolo da imortalidade.
Imagem: cronopios.com.br (detalhe de Campo de Trigo com Corvos - Vincent van Gogh).
Na viagem sem noite em floresta de abetos,
Alvos dispersos de tantos açoites e palavras,
Lanço mão de amante lírico e luz de festim.
Encarnada de alívio por estar contigo assim.
De Elias vejo o carro de fogo ao céu subir,
Sem provar de milícia ou o verso escandir
Só quero a douração do trigo, a madrugada
E o bando ascendente em celeste revoada.
Orvalho de manhãs gozozas de puro feitiço,
Amor de onze-horas ou jardim de amaranto,*
Sofreguidão nascente ou final de aconchego.
Tomar dois sentidos: de chegada e de morte.
Ficar em tua cama ou desfazer-me da corte
Para escalar nova história de letras tão fortes.
*Amaranto (popular “crista de galo”): flor que não murcha,
sendo considerada símbolo da imortalidade.
Imagem: cronopios.com.br (detalhe de Campo de Trigo com Corvos - Vincent van Gogh).