O SÍTIO DE MINHA INFÂNCIA.
O sítio de minha infância
Era um pedaço de céu
No qual vagava em criança,
Rumo ao nada,
Rumo ao léu,
Na esperança de encontrar
A mais modesta fatia
Do pudim felicidade,
Cozido num forno à lenha,
Temperado com bondade.
O sítio de minha infância
Tinha céu de azul celeste,
Parecendo pigmento
Que um artista angelical,
No auge de seu talento
Usava em tela divinal,
Onde a pedido pintava
Para Deus o seu portal.
O sítio de minha infância
Tinha um solo tão vermelho,
Que o Sol sem menor zelo
Pelo chão se derramava,
Como buscando morada,
Que nem no universo havia
E, no entanto encontrava
Neste encanto que o destino,
Tinha feito em sorte minha.
O sítio de minha infância
Tinha o som de sinfonia,
Que ecoando em harmonia
Anunciava que ali vivia
Uma criança que não sabia
O paraíso que tinha.
(D`Eu)