eterna ciranda

como sempre

atravesso a madrugada

bravamente

lucido

consciente

em claro

mas sempre existe por perto

algum momento raro

alguma dor

alguma flor

alguma cor

uma insonia insensata

um sono quieto

olhos teimosos abertos

espertos

desejos secretos

nas poucas janelas acesas

uma lua inteira de plantao

uma calma varrendo o chao

nas ruas vazias

nas flores baldias

na escuridao

num cigarro

espero tranquilo

debrucado na varanda

o sol

o dia

o recomeco

de toda essa eterna ciranda

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 01/04/2008
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