Eu e minha dor
Escrever é como uma dor.
Enorme. Grandiosa. Inconsequente.
Se estende na existência do meu verso
e mata minha vida no meio do caminho.
Eu e minha poesia somos duas luas
a se desdobrarem sob o papel de seda
que envolve, sem laços nem fitas,
a pureza entrelaçada dos dedos em minha boca.
É como se eu fosse um viés agudo do existencial
e minhas dores um bazar antigo:
grosso, volúvel, doce
e eu me reservo ao direito
de ma calar diante da pena...