O Murmúrio do Vento
O Murmúrio do Vento
Hoje visitaste-me várias vezes, na brisa que me beijava,
Foi bom sentir ao de leve o teu macio em meu coração,
Foi mau de seguida ser assaltado, na conturbada mente de camaleão,
Foi bom pensar nos beijos onde ficavas pendurada em meu pescoço,
Nas questões da vida que te deixavam em alvoroço,
E hoje, pensei muito no teu batom,
Na tua pele e nos gostosos momentos no bem bom.
Não foi só o acaso que nos atraiçoou,
E por muito que me justifiquem a vida,
Não entendo, e não me rendo, nesta amargura,
Não chega a justificação do porquê, que me largou na noite crua,
E a minha confiança perdi-a, no meio da minha solidão,
E as pétalas que vão caindo e ditando a minha sorte,
Não me têm chegado, para olhar com esperança o meu norte.
Não vi quem determinou os dados que ditaram a minha sina,
Não gostei do àrbitro do jogo, e a história nunca a tive como minha,
O cruel indecifrável que nubelou meu dia,
Não fez sentido em atirar tal veneno na minha alquimia,
Fiquei sem o perfume do meu frasco de porcelana fina,
E hoje tenho o vento por companhia,
Que vai cantando os versos do meu caderno,
Que me murmura os teus beijos, e me ressuscita do inferno!
Nenúfar 1/4/2008