Náufrago da solidão
Um dia a mais para ser só.
Da solitude acompanhado,
Por escolha ou por acaso,
Ermo de desejos e isolado.
Em nostalgia quer o regresso
À pátria e lar ancestrais,
Como quem volta ao berço
Para fugir da dor algoz.
Navega o mar da saudade
Em busca de inspiração,
Lembrança triste ou suave
Promontório da solidão.
A cromática melancolia
Chega a todos neste chão,
Sem coloração a poesia
Muda-se a outro rincão.
“... vi intermináveis olhos imediatos escrutando-se em mim como em um espelho, vi todos os espelhos do planeta e nenhum me refletiu...” - Jorge Luis Borges.
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