Amor de Vento
Amor da minha vida, paixão cruel,
nem na terra nem no céu,
explicação há de tal coração em mel.
Se não tão distante assim foste,
fico a pensar:
“Ó triste sina, ó grande peste!
Seríamos um só olhar?”
Do contrario, agora me conteste,
Veríamos, juntas o mesmo luar?
Ou outrora venerar o sol no oeste...
E em pobres rimas livres eu repito
Castigo ou dura pena amar o vento
Que do distante assovio traz o apito
E conformar-me todos os dias agora tento.