É Março.
Por esta altura
todo o chão é de erva tenra
ora verde ora amarela
tantas as flores surgindo
do sono invernal que finda
Vestem-se árvores de noiva
Cruzam-se linhas de sombra
sob os raminhos floridos
de encontro ao céu azul
Ai, abrir-me nele qual asa!
Penetrá-lo e perder-me
dentro da paz infinita
como se o ar me tragasse
me sugasse, me embebesse
desaparecendo fosse
a sorrir, sempre mais alto
donde pudesse ver tudo
fundindo-se, meu irmão,
sem outra diferença que não
conter o teu coração
batendo-me dentro do peito
e olhar melhor se estando
já meio fora do mundo
É Março
tudo renasce mas
neste meio tempo treme
em suspense, a paz do mundo.