RECONSTRUIR
404 - RECONSTRUIR
DE: Marcelo Guido
EM: 15/FEV/2004 ÀS 23:12: 42H
P/: JOSÉ GUIDO PEREIRA (in memorium)
EM: MORADA DAS ÁGUAS – CAMANDUCAIA/MG
HISTÓRICO: 14 de fevereiro de 2004, 14:55: O fim? Talvez não seja assim... Meu pai foi o alicerce para minhas realizações... Foi uma pessoa que teve orgulho de mim e acreditou sempre em meu potencial mesmo quando nem eu mesmo acreditava. Era um homem simples, pacato e que gostava das boas coisas da vida... Um exemplo a ser seguido por minha alma... Por meu pai vou buscar pela segunda vez o topo do mundo em Montevidéu, curiosamente na data de meu 28º aniversário... Sei que poderei honrar o juramento junto a sua lápide... Contudo, mais do que isso, pretendo buscar ser uma pessoa melhor e prosseguir como poeta no intento de consolar almas encarecidas com o néctar de palavras oscilantes entre a amargura e a suavidade, no entanto sempre visando o bem das pessoas... Meus três irmãos poetas remanescentes Danilo, Aline e Kleber estarão comigo neste ano tão imprescindível para os meus poemas... Talvez seja o fim... Talvez meus sucessores prossigam com a saga ou mesmo dêem novos trilhos aos meus sonhos... O que me vale, agora, nesta hora de dor é que renovo as esperanças na humanidade quando olho ao lado e vejo o quanto guerreira foi minha irmã Gislaine nos últimos momentos do nosso pai... Apenas lamento ter estado um tanto quanto ausente e prometo a mim mesmo que toda sua crença em mim jamais foi e nem será em vão... Em nome do Sagrado Lírio de Prata de Madrid.
Reconstruir uma vida pode durar ao todo sempre
Envolve todo um princípio... Um regresso ao ventre
Para a frustrante tentativa de recompor uma lembrança
Dissolvente tais como meus outrora sonhos de criança
Um flashback a uma saga mal resolvida
Anseio de fuga mera distorcida
Com busca incessante em resposta sem nexo
A convencer alma a rever seus reflexos...
Talvez, melhor assim
Se, algum dia, eu gostar mais de mim
Aceitando amar a dor e a solidão e ainda sorrir...
Só por Deus: luto, venço e mereço o apogeu
Comigo, no entanto, o fel do súbito adeus...
... Prosseguem as datas e necessário se faz este triste reconstruir...