meu cais
debruçado
na sacada
da varanda
do meu peito
olho em volta
insatisfeito
e na paisagem
que eu vejo
falta a imagem
do amor
do desejo
dos abraços
e beijos
que devem ter sido
levados
arrastados
pela correnteza
de lágrimas
do rio escaldante
da tristeza
e da saudade
que desagua
fulgas
no imenso
desamante
e infinito
mar de mágoa
que banha
todo dia
o meu cais