Vindima da solidão
Num brinde altivo a Ceifa
De Adão o pomo desaroma
Para a vindima perfumar
Em sofreguidão sem par.
Em taças frias de murano
Pode servir o vinho
Para sorver em seu peito
A volúpia de ser só.
Da casta uva verde
E da Lua tem zelos,
Seus dedos de dama
Brande ao argênteo pó.
À porta da cidadela
Surge entre muros a sós
E em dionisíaco beijo
Perde-se entre os atóis.
Réquiem gentil ou atroz
Pelas noites invernais
De naus e embornais
Sem piedade nem voz.
Ceifa de campo ermo
Num brinde solitário,
Dantesco e silencioso,
Abraça-se ao eterno.
~*~
Imagem do google: Solidão, Marta Bessa
Num brinde altivo a Ceifa
De Adão o pomo desaroma
Para a vindima perfumar
Em sofreguidão sem par.
Em taças frias de murano
Pode servir o vinho
Para sorver em seu peito
A volúpia de ser só.
Da casta uva verde
E da Lua tem zelos,
Seus dedos de dama
Brande ao argênteo pó.
À porta da cidadela
Surge entre muros a sós
E em dionisíaco beijo
Perde-se entre os atóis.
Réquiem gentil ou atroz
Pelas noites invernais
De naus e embornais
Sem piedade nem voz.
Ceifa de campo ermo
Num brinde solitário,
Dantesco e silencioso,
Abraça-se ao eterno.
~*~
Imagem do google: Solidão, Marta Bessa