andor
sorte tenho eu
que sei da tua boca
e tudo o que ela me faz
eriçando meus pêlos
mais quietos
atendendo aos meus apelos
mas discretos
despertando
meus desejos mais primitivos
realizando meus sonhos
mais secretos
sem a tua boca
eu já não vivo
eu vegeto
sorte tenho eu
por escrever um poema
das nossas intimidades
das nossas cenas
de quando deixas
meu corpo calmo
minha alma plena
sem castidade
meus musculos retesados
meus sentidos
mortos
cansados
e meus olhos fechados
quando eu te desejo mais
quando eu te peço mais
da tua boca
dos teus beijos
de quando deixas
minhas atitudes loucas
desconsertadas
desconsertantes
idiotas
naqueles instantes
de sensações remotas
logo depois do amor
coisas que só acontecem
aos grandes amantes
sorte tenho eu
que carrego esse andor