veneno

que as palavras

da tua lingua

entrem na minha boca

dispersem meu pensamento

e que nesse momento

eu me sinta

rodando a cabeça

desfaleça

e acorde

um segundo depois

com o gosto do teu beijo

na garganta

com a tua voz

murmurando

branda

e num lampejo

num rompante

me acenda o desejo

com o instinto animal

dos amantes

amor cruel

não me deixa dormir

veneno dilacerante

que gota a gota

me corroi a alma

mata devagar

numa morte irreversivel

delirante

e calma

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 29/03/2008
Código do texto: T921532