Madrugada

Onde eu me encontro e me desencontro ao mesmo tempo

Onde choro e posso ter medo do escuro sozinha,

Onde eu não preciso perguntar se posso ou não, apenas faço.

Onde eu lembro, e esqueço de tudo que vivi no dia

Onde eu rio, grito e tremo

Onde dói a ausência

Onde faz falta a presença, sendo que seria a mesma coisa.

Quando as ondas chegam na areia e tocam meus pés

Quando deito na calçada e vejo a lua cheia

Onde escrevo poesias, e faço canções

Onde me lembro dele, e aperta o coração

Onde a saudade cresce e se aflora onde a lagrimas chagam sem convide

O sorriso prossegue

Que o medo escorregue

Onde tudo faz falta

Onde o abraço faz lagrimas

Onde reflito, e se não quero grito

Onde o pai se torna filho, e o filho se faz o que quer

Onde se perdem, ou nos encontramos

Onde existo, me visto, me sinto.

Madrugada

Algo mestiço

Amáveis e sinistros

Paixão constante,

Um vício.

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 29/03/2008
Reeditado em 31/03/2008
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