Trilhar
Falta-lhe uma costela
Nunca irá encontrar.
Falta-lhe um olho na testa
Sem prever o que passar.
Com o desejo do furo,
Da falta, do escuro,
Da amplidão
Sem pernas do mundo
Da muleta caminhar,
Ele vive aí partindo
Entre as pedras do caminho
Seguindo nas curvas
Tombando
Ao andar se deleitando
No mistério de achar.
Com a porta da alma aberta
Não se encontra o que procura
Para novas descobertas
Não se pode ter a cura.