Contra - Mão

Voltado para a rua em que passou a vida

é inútil qualquer olhar.

O que dela havia, há tempo se foi.

E nem rastro deixou . . .

Por onde irá?

Qual esquina dobrará?

Quando foi que eu soltei de sua mão?

As calçadas ainda estão.

Nelas, as casas. Sob, algum chão.

Só a vida mudou de direção.

Os olhos que me olham nada dizem

enxergando a própria contra-mão.