De repente

De repente
Vi-me só e triste
Ausente de mim
Corola sem haste
Perfume sem cheiro
Caminho sem fim
Perdida no nevoeiro cerrado
Submersa sob a chuva forte
Arrancada á terra pelo fúria do vento
Arremessada através do nada
De encontro ao desconhecido
Naufraga perdida
no furacão das ilusões
De repente
Tudo o que eu pensava ser
esfumou-se por entre as frestas
das portadas das minhas janelas
Pensei ser luz
e tornei-me escuridão
Mais negra
que a negrura da noite do breu da terra
Apenas por sobre a folhagem que caia das arvores
secas e nuas  deslizava a sombra
de quem eu pensava ter sido alguém e o não foi.
 
de t,ta

24-03-08
21.22
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 26/03/2008
Código do texto: T917022
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